domingo, 10 de janeiro de 2010

Fábula, cábula e um prédio no meio.


Como se quisesse procurar
achou
uma ideia e um sorriso qualquer
o ouvido sedento
naquele pedaço de mulher.

Era pedaço por um motivo muito simples:
não era inteira.
e isso vale pelas suas reticências
o vai-e-vem constante
daquela vontade primeira.

Era primeira e talvez única na cabeça dos dois.
uma bobagem secreta
mas sempre cultivada nos momentos pessoais
eram cegos um pelo outro
por isso não se viam mais.

E não viam não pela falta de desejo
nem pelos outros que os impediam
não se viam de medo
de descobrir o próprio segredo
aquele aperto no peito
que sentiam.

Mas faltou uma história de amor
pra eles contarem sorrindo para seus parceiros
momentâneos
pra ser lembrado numa música alta no som do carro
e fluir
dentro daquela saudade cinzenta.

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