quinta-feira, 27 de maio de 2010

Os olhos dela.



Coisa que amo é te ver.
Izabela.
Te olhar nos olhos e falar:

que o que é verdadeiro ainda existe.

Coisa que amo é dizer;
sou dela.
E sem querer me entregar

pois só o seu amor em mim persiste.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Anatomia da solidão

Nos meus braços
a sede e o cansaço
a pele, o osso,
a carne e o aço.
Nos meus braços
estão vagos espaços
apenas as marcas
de tudo que eu faço.
Nos meus braços
o chão e o passo
assim de ponta cabeça
no caminho escasso.
Nos meus braços
o infinito escasso
de carícias e desejos
da falta falta do seu abraço.

Notinha

De ti amor, de tudo tenho um pouco.
De mãos à história;
quando te relembro,
teus dedos acariciam minha memória.

Poema em slow motion

À minha frente o mundo transpira, dentro do mormaço calmo de maio.
São oito e vinte e seis.
Você parece satisfeita dentro do seu carro passeando por aí.
Eu faço um pedido.
Digo lentamente que te amo.

O corpo - chama que arde - treme. Sabe-se lá se você vê.
Te procuro um instante.
Te toco com meus dedos medrosos.
Disfarço. De longe.


À minha frente o mundo transpira numa foto sua.

Desde sempre

Sei que nem percebe e se percebe bem disfarça
que te amo e não escondo
este amor maior do mundo
que só é lindo,que protege,que proclama
e não se mata.

Sei que podes achar até meio esquisito
te amar em versos
desejar universos

e que parado eu ainda fico.